A minha disfunção erétil está a ser causada por uma condição orgânica?

É uma boa pergunta. Quando vê (ou sente, cheira, ouve, etc.) algo sexualmente estimulante, o seu cérebro envia uma mensagem ao seu corpo. Os vasos sanguíneos no seu pénis relaxam e o sangue corre para os encher, criando uma ereção à medida que o seu pénis se expande.

Existe uma parte do pénis que recebe sangue durante uma ereção (também conhecida como corpos cavernosos) que está rodeada por uma membrana que ajuda a manter o sangue no devido lugar para que se mantenha firme o tempo suficiente para ter sexo.

A disfunção erétil pode ser um sinal de uma condição médica subjacente. Na verdade, uma causa orgânica pode ser identificada em cerca de 80% dos casos. Estas causas enquadram-se em quatro categorias principais:

• Condições vasogénicas tais como doenças cardiovasculares, diabetes e tensão arterial alta, afetam a forma como o sangue flui para o seu pénis.
• Condições neurogénicas tais como lesão medular, doença de Parkinson e esclerose múltipla afetam o seu sistema nervoso, o que pode originar disfunção erétil.
• Condições hormonais tais como hipertireoidismo, hipotireoidismo, níveis baixos de testosterona ou síndrome de Cushing podem dificultar conseguir ter e manter uma ereção.
• Condições anatómicas tais como a doença de Peyronie, que ocorre quando o tecido cicatricial se forma sobre o pénis, podem causar disfunção erétil.

Especialmente quando os problemas de ereção aparecem repentinamente, ou pela primeira vez, deve consultar um médico para o caso de existir uma doença subjacente que precise de tratamento.

A diabetes causa DE?

A diabetes causa disfunção erétil? Sim, a diabetes geralmente causa disfunção erétil. Na verdade, estudos mostraram que 35-75% dos homens com diabetes sofrem de disfunção erétil, comparativamente a apenas 26% dos homens na população em geral. Para além disso, a disfunção erétil tende a aparecer 10-15 anos mais cedo em homens com diabetes. Isto ocorre porque a diabetes pode danificar os seus nervos e vasos sanguíneos, dificultando conseguir ter e manter uma ereção.

Para homens com diabetes, os medicamentos para a disfunção erétil, tais como o Viagra, podem ser uma boa solução. Mas como a diabetes anda frequentemente de mãos dadas com outras condições de saúde, tais como colesterol alto ou tensão arterial alta, é importante assegurar que o tratamento para a disfunção erétil não interfere com nenhum outro medicamento prescrito.

Mas ter tanto diabetes como disfunção erétil não é um caso encerrado. Mudanças no estilo de vida que ajudam a controlar condições como a diabetes, tensão arterial alta e colesterol alto também podem ajudar a melhorar a função erétil. Deixar de fumar, praticar mais exercício físico e ter uma dieta saudável e variada reduzem a possibilidade de ter DE.

Próstata aumentada e DE

Os problemas da próstata podem causar DE? A saúde da próstata e a função erétil estão relacionadas, mas é complicado. A hiperplasia benigna da próstata (HBP) é uma condição na qual a próstata aumenta de tamanho e pressiona a uretra no pénis. O aumento da próstata e a DE são mais comuns em homens mais velhos do que em homens mais jovens e, embora um não cause o outro, alguns medicamentos que tratam a HBP podem ter efeitos secundários sexuais.

Por norma os bloqueadores alfa, tais como a tansulosina, têm uma menor probabilidade de contribuir para a disfunção erétil do que os inibidores de 5-alfa redutase, como por exemplo a finasterida. Um estudo de 2015 com 407 homens tratados com finasterida e 230 homens tratados com tansulosina descobriu que a finasterida conduziu à disfunção erétil, que não melhorou quando o tratamento foi interrompido. A tansulosina, por outro lado, não afetou negativamente a função erétil ou os níveis de testosterona.

Algumas prescrições podem ser usadas para tratar a DE e a HBP ao mesmo tempo. O medicamento para a disfunção erétil tadalafil (vendido sob a marca Cialis) foi aprovado pela FDA como um tratamento para a hiperplasia prostática benigna em 2011. Isto porque os inibidores da PDE5, tal como o tadalafil, relaxam a bexiga e a próstata, o que ajuda a aliviar os sintomas do trato urinário inferior (STUI) atribuídos à HBP da mesma forma que relaxar os vasos sanguíneos do pénis ajuda o homem a obter uma ereção.

A DE pode ser um sinal de cancro da próstata?

Não, a DE não é um sinal de cancro da próstata. Mas embora a condição em si não cause DE, o seu tratamento pode. Alguns dos procedimentos específicos que podem conduzir à disfunção erétil incluem terapia hormonal e de radiação, bem como a cirurgia da próstata, onde a glândula prostática é removida. Por vezes, a função erétil pode vir a ser recuperada alguns anos após a cirurgia.

Colesterol alto e disfunção erétil

O colesterol alto pode causar DE? Sim. Na realidade, existem algumas formas diferentes em que o colesterol alto pode contribuir para a disfunção erétil. O colesterol alto dificulta a produção de certos químicos e hormonas no corpo, tais como óxido nítrico (necessário para as ereções) e a testosterona (que tem impacto no desejo sexual). Para além disso, o colesterol em excesso cria placas nos vasos sanguíneos, limitando o fluxo sanguíneo para o pénis.

DST e ereções: é a DE um sinal?

Uma doença sexualmente transmissível, ou DST, é o que acontece quando uma infeção sexualmente transmissível (IST) não é tratada. Embora os dois termos sejam com frequência utilizados alternadamente, não são exatamente os mesmos. Mas, em qualquer caso, a disfunção erétil não é por norma um sinal de uma IST ou DST.

Isto não quer dizer que não estejam totalmente relacionadas. Uma DST pode fazer com que um homem não endureça? Possivelmente. As IST e as DST podem afetar a autoestima e causar disfunção erétil psicológica. Para além disso, uma DST dolorosa pode tornar a prática de sexo desconfortável.

A clamídia pode causar DE? Sim, mas tal acontece por norma quando a clamídia não tratada causa prostatite (uma infeção da próstata) ou epididimite (inchaço na parte posterior dos testículos). A clamídia também pode tornar o sexo doloroso, por isso é importante fazer o teste para as IST e as DST regularmente.

Problemas cardíacos e DE: qual é a relação?

A disfunção erétil pode ser um sinal de alerta de doença cardíaca e o tratamento das doenças cardíacas diagnosticadas também pode ajudar a tratar a DE. Mas como é que estas duas condições estão exatamente relacionadas?

Um problema cardíaco que frequentemente aparece de mãos dadas com a DE é a doença coronária, que pode causar uma sensação dolorosa de pressão no peito denominada de angina. A doença coronária ocorre quando se acumulam placas nas artérias que bloqueiam o fluxo sanguíneo para o coração e para o resto do corpo. Como os vasos sanguíneos no pénis são tão pequenos, a DE pode ser uma pista de que algo também se está a passar no coração. Também pode ocorrer em conjunto a insuficiência cardíaca crónica e a DE. Até 75% dos pacientes com insuficiência cardíaca reportaram disfunção erétil e problemas de líbido (baixo desejo sexual).

Se estiver a sentir problemas de disfunção erétil, é importante descartar eventuais problemas cardíacos antes de iniciar o tratamento. Medicamentos tais como nitratos, utilizados para tratar alguns problemas cardíacos, não são seguros de serem utilizados em conjunto com medicamentos para a DE, como por exemplo o Viagra. Caso padeça de um problema cardíaco instável, possivelmente será aconselhado a não ter sexo de forma alguma, uma vez que elevar os batimentos cardíacos pode ser perigoso.

Cerca de 25% de toda a disfunção erétil é causada por medicamentos, de acordo com um relatório de Harvard. No entanto, alguns medicamentos indicam a disfunção erétil como um possível efeito secundário, embora na verdade seja causada pelo problema subjacente que o medicamento está a tratar. Leia sempre as informações para o paciente que acompanham uma nova receita e converse com o seu médico sobre os efeitos secundários e as contraindicações (razões pelas quais não deve tomar um medicamento específico).

• Os tipos de medicamentos que podem causar disfunção erétil incluem:
• Medicamentos antidepressivos e ansiolíticos
• Medicamentos para a doença de Parkinson
• Medicamentos anti-inflamatórios não esteróides
• Anti-histamínicos
• Antiarrítmicos
• Medicamentos para o cancro da próstata
• Relaxantes musculares
• Diuréticos
• Medicamentos para a hipertensão
• Medicamentos para quimioterapia

Medicamentos para a hipertensão e a DE

Ter hipertensão é um fator de risco para a disfunção erétil, mas sabia que os tratamentos para a hipertensão também podem causar disfunção erétil? Aqui fica um resumo sobre alguns medicamentos comuns prescritos para tratar a tensão alta (também denominada de hipertensão) e a probabilidade de causarem disfunção erétil.

Amlodipina e DE: os bloqueadores dos canais de cálcio, tais como a amlodipina, que reduzem a tensão arterial ao bloquear a entrada de cálcio no coração e nas artérias, raramente causam disfunção erétil.
Quando se trata de inibidores da enzima de conversão da angiotensina (ECA), tal como o lisinopril, a DE é ocasionalmente reportada, mas não é um efeito secundário estatisticamente significativo do medicamento.
O losartan causa DE? Não. Na verdade, descobriu-se que o losartan, bloqueador dos recetores da angiotensina II (BRA), melhora a função sexual de homens com hipertensão.
Ao tomar uma dose alta (superior a 50 mg) do diurético hidroclorotiazida, é mais provável que a DE seja reportada como um efeito secundário. Reduzir a dose ou mudar para um medicamento diferente é uma opção.
E para os homens que tomam o betabloqueador metoprolol, a DE foi novamente reportada com frequência como um efeito secundário.

Os pesquisadores descobriram, contudo, que alguns desses casos podem na realidade tratar-se de uma disfunção erétil psicológica. Um estudo descobriu que, no caso de homens que tomam betabloqueadores, a DE foi reportada com mais frequência por aqueles que foram informados de que era um possível efeito secundário sexual, do que por aqueles que não foram.

Medicamentos para a disfunção erétil e colesterol alto

Já falamos um pouco sobre a ligação entre o colesterol alto e a disfunção erétil. Mas, tal como acontece com a hipertensão, também existe uma relação entre os tratamentos para o colesterol alto e a disfunção erétil.

Questiona-se sobre a atorvastatina e a DE? As estatinas são medicamentos habitualmente prescritos para tratar o colesterol alto. Os homens que tomam atorvastatina, raramente reportam a DE como um efeito secundário. Um estudo de 2014 descobriu que as estatinas podem piorar a disfunção erétil se já a tiver. Esse mesmo estudo também descobriu que a DE tende a melhorar com o tempo em homens que tomam estatinas para o colesterol alto.

Definitivamente, são necessárias mais pesquisas antes de termos uma compreensão mais clara de como as estatinas e a disfunção erétil caminham juntas.

Antidepressivos e disfunção erétil

Os inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRS), tal como o Prozac, são os antidepressivos mais comummente prescritos. Tratam a depressão e a ansiedade aumentando os níveis de serotonina no cérebro, mas podem causar efeitos secundários sexuais em homens e mulheres.

Se está a tomar Prozac e a resposta é positiva, a disfunção erétil não precisa de atrapalhar o seu tratamento. Uma opção é conversar com o seu médico sobre a introdução de um segundo medicamento, tal como o Wellbutrin (bupropiona), que por norma é prescrito para ajudar a mitigar os efeitos secundários dos antidepressivos, como por exemplo a disfunção sexual e o aumento de peso. Os comprimidos para a disfunção erétil, como por exemplo o Viagra ou o Cialis, também podem aliviar a disfunção erétil induzida pelos ISRS.

Em alternativa, pode valer a pena mudar para um medicamento completamente diferente. Os antidepressivos que não causam disfunção erétil, ou têm menos probabilidade de a causar do que os ISRS, incluem o Wellbutrin (bupropiona), Remeron (mirtazapina), Viibryd (vilazodona) e Trintellix (vortioxetina e inibidores de recaptação de serotonina-norepinefrina.

Se está a tratar medicamente a sua ansiedade e sofre de disfunção erétil, o Xanax pode ser outro culpado. O Xanax é um medicamento benzodiazepínico de ação rápida e não é prescrito da mesma forma que os antidepressivos, que normalmente são tomados diariamente. Em vez disso, o Xanax é tomado conforme necessário e normalmente por um curto período de tempo. Depois de tomá-lo, o Xanax permanece no seu corpo durante 15 horas. Isto significa que deve ter um impacto mais temporário na sua capacidade de ter uma ereção. No entanto, se lhe foi prescrito Xanax e ainda assim estiver a travar uma batalha com a DE, sugerimos que converse com o seu médico. Este poderá recomendar-lhe terminar com o tratamento ou mudar para outro medicamento.

O Adderall causa impotência?

O Adderall é um medicamento estimulante prescrito para tratar o transtorno de défice de atenção/hiperatividade ou TDAH. É um medicamento eficaz que pode ajudá-lo a recuperar a concentração, mas pode causar efeitos secundários sexuais em quem o toma.

O Adderall contém anfetaminas e dexanfetaminas, por isso é possível que desenvolva DE enquanto toma outros medicamentos para a TDAH com estes componentes. Se precisar da sua medicação para funcionar mas não quiser lidar com efeitos secundários indesejados, tem opções.

Se não estiver a tomar medicamentos de libertação prolongada (Adderall XR), é provável que sinta mais os efeitos do seu comprimido em momentos específicos do dia. Planear ter sexo antes de tomar a medicação ou modificar a dosagem nos dias em que deseja ter sexo é uma forma de combater a DE induzida pelo Adderall. Os medicamentos prescritos para a DE, tal como o Viagra, também podem ser úteis no tratamento da disfunção erétil causada pelo Adderall.

As drogas recreativas podem causar DE?

O consumo de drogas recreativas muda o funcionamento do corpo e pode causar danos permanentes, incluindo disfunção erétil. Por “drogas recreativas”, queremos dizer drogas ilegais, drogas prescritas abusivamente, tal como o Adderall, e drogas legais como por exemplo produtos de tabaco.

E porque todas as drogas afetam o corpo de formas diferentes, as formas como podem contribuir para a disfunção erétil também são diferentes. Por exemplo, a nicotina existente nos produtos de tabaco pode impedir que o sangue chegue ao seu pénis, enquanto a heroína ou os barbitúricos podem diminuir a sua libido.

É importante informar o seu médico sobre o consumo de drogas quando estiver a receber ajuda para a DE. Os médicos não estão aqui para julgá-lo, mas para ajudá-lo a fazer as melhores escolhas para o seu corpo. Sem conhecer o quadro completo, os profissionais médicos não podem ajudá-lo tão eficazmente.

Existem muitas opções de estilo de vida que podem causar disfunção erétil. Embora possa parecer assustador, na verdade é uma boa notícia – os fatores de estilo de vida são coisas que pode controlar, e mudar qualquer um desses comportamentos provavelmente ajudará a curar a sua disfunção erétil.

Os principais fatores de estilo de vida que podem causar DE incluem:

• Tabagismo
• Falta de exercício
• Dieta pobre
• Peso a mais ou obesidade
• Síndrome metabólica
• Álcool e drogas recreativas

Tabagismo e disfunção erétil

Fumar causa DE? Absolutamente. Na verdade, se padece de disfunção erétil, uma das melhores escolhas de estilo de vida que pode fazer é deixar de fumar. As pesquisas têm vindo a mostrar continuamente que os homens que fumam têm um risco maior de desenvolver disfunção erétil. Em 2014, a DE foi adicionada à lista das condições causadas pelo tabagismo.

Mas como é que fumar o afeta sexualmente? Bem, para ter uma ereção, precisa de ter um fluxo sanguíneo adequado para o seu pénis. Os cigarros contêm cerca de 41 000 produtos químicos, incluindo nicotina, arsénico e monóxido de carbono. Tudo isto pode ter um efeito negativo na saúde dos seus vasos sanguíneos e na capacidade de ficar ereto.

O tabaco de mascar provoca DE?

Muitas pessoas mascam tabaco por engano ao acharem que é menos prejudicial do que fumar. No entanto, não existem produtos de tabaco realmente inofensivos e mascar tabaco apresenta muitos dos mesmos riscos, bem como alguns adicionais.

A nicotina, o componente que serve tanto para mascar como para fumar, tem sido associada à diminuição da libido, infertilidade e, sim, disfunção erétil. Isto ocorre porque pode afetar (e em alguns casos danificar) os seus vasos sanguíneos, o que pode dificultar ter e manter uma ereção. Para ereções saudáveis, é melhor ficar afastado de todos os tipos de tabaco, incluindo tabaco de mascar e de vaporizar.

Higiene do sono e ereções

A higiene do sono (bons hábitos de sono) é uma parte importante da sua saúde geral, em conjunto com a dieta e a prática de exercício físico. Saltar o sono pode dificultar a concentração no dia seguinte e, tal como todos os hábitos, os efeitos acumulam-se. Alguns estudos demonstraram existir uma relação entre a má higiene do sono e os resultados negativos para a saúde e, sim, estar cansado pode causar disfunção erétil.

O álcool e a DE

O álcool pode causar DE? Sim e não.

Se sair para beber e beber demais, é bem possível que tenha dificuldade em ter uma ereção mais tarde nessa noite. No entanto, e ocasionalmente, não conseguir ter uma ereção é perfeitamente normal – não precisa de se preocupar com a disfunção erétil, a não ser que esteja a acontecer com tanta frequência que afete a qualidade da sua vida.

Contudo, embora uma noite louca a beber não cause DE, consumir álcool de uma forma persistente pode causar. O consumo de álcool a longo prazo também pode causar outros problemas de saúde, portanto, tente beber com moderação.

Dieta e DE

Não existem alimentos específicos que causem disfunção erétil ou alimentos específicos que possam curá-la. Mas embora a obesidade não cause disfunção erétil, uma dieta pobre e o excesso de peso são ambos fatores de risco. Isto porque o excesso de peso aumenta o risco de ter problemas de saúde tais como diabetes e doenças cardíacas – e essas condições podem causar, e causam, disfunção erétil.

Se estiver a alimentar-se bem e a praticar exercício, um pouco de gordura na barriga não originará impotência. Mas se está preocupado com o facto do excesso de peso poder ser a causa da sua disfunção erétil, converse com o seu médico. Este poderá ajudá-lo a criar um plano de controlo de peso que inclui pequenas mudanças no estilo de vida.

Existem algumas lesões que podem causar disfunção erétil temporária ou a longo prazo e tendem a enquadrar-se em várias categorias.

Primeiro, existem lesões no próprio pénis que, felizmente, são bastante raras. O dano no tecido erétil consiste por norma na rutura aguda dos corpos cavernosos, que é a parte do pénis que contém todos os vasos sanguíneos que o ajudam a ter uma ereção quando está excitado. Se a lesão persistir, pode formar-se uma cicatriz no pénis e causar uma ereção curva e dolorosa. Esta condição denomina-se doença de Peyronie e pode ser tratada com cirurgia ou injeções não cirúrgicas.

A neuropatia, ou lesão nervosa, também contribui para a disfunção erétil. Os danos nos nervos do pénis causados por doenças tais como diabetes e esclerose múltipla podem originar uma sensação de dormência. Certos medicamentos, tais como a selegilina que é usada para tratar a doença de Parkinson, também podem causar perda de sensibilidade no pénis. Se o seu pénis estiver entorpecido, aconselhamo-lo a ir ao médico e fazer um exame para verificar se existem danos nos nervos. Esta sensação também pode ser descrita como formigueiro ou ardor – exatamente como quando sente que está a ser picado por alfinetes e agulhas ao adormecer-lhe um braço ou uma perna.

Alguns estudos descobriram que lesões na cabeça, tais como concussões, podem causar disfunção erétil , bem como lesões na coluna.

Uma hérnia pode causar DE?

A resposta curta é não. Uma hérnia surge quando uma parte interna do corpo, como por exemplo um órgão, empurra uma parte mais externa, como os músculos ou as paredes dos tecidos. Existem vários e diferentes tipos de hérnias, dependendo da parte do corpo onde surgem – uma hérnia próxima à virilha denomina-se de hérnia inguinal.

Embora a hérnia em si não cause disfunção erétil, pode causar algum desconforto. Algumas hérnias inguinais apresentam-se como uma protuberância na região da virilha sem outros sintomas, enquanto outras podem causar náuseas, vómitos ou dor de estômago. Na maior parte das vezes, os homens com hérnias inguinais optam por ser operados. Esta cirurgia é um procedimento relativamente rápido e permitirá que regresse a casa no mesmo dia ou no dia seguinte.

Embora uma cirurgia em qualquer lugar próximo do seu pénis possa ser extremamente stressante, existem boas notícias. Estas cirurgias são muito comuns e raramente apresentam efeitos secundários. E porque é possível que a hérnia lhe causasse desconforto, estudos demonstraram que é provável que tenha de facto uma melhor função sexual após a sua operação.

Vou ficar com DE após uma vasectomia?

Muitas pessoas consideram a vasectomia a melhor forma de controlar a natalidade – é o método mais eficaz após a abstinência, tem uma taxa de sucesso a longo prazo de 99%, não é hormonal e às vezes pode ser revertida.

Se está a considerar uma vasectomia, a DE pode estar presente nos seus pensamentos. Mas não precisa de se preocupar. Não foi encontrada nenhuma ligação física entre a vasectomia (um método de contraceção masculina que consiste na interrupção cirúrgica dos tubos (canal deferente) responsáveis pelo transporte dos espermatozoides do testículo para a uretra) e a disfunção erétil, por isso sinta-se à vontade para fazer esse corte.

Embora alguns homens sofram de impotência originada por uma vasectomia, é provável que seja uma disfunção erétil psicológica e não resultado da cirurgia. A disfunção erétil psicológica (também denominada de DE psicogénica ou mental) acontece quando não consegue ter uma ereção, mas não existe nada fisicamente errado. É habitualmente causada por fatores tais como o stress e a ansiedade de desempenho e estão disponíveis algumas opções de tratamento.